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77. Feminismo 1

17/03/2020

Na agenda relativa à igualdade de gênero, 2020 tem especial significado, devido ao transcurso, em setembro, dos 25 anos da Plataforma de Pequim, marco da luta pelo empoderamento feminino. Por isso, a ONU Mulheres organizou um conjunto de ações, visando à obtenção de mais avanços em várias frentes, como saúde, educação, segurança, isonomia de direitos e de exercício profissional.

É mesmo necessário dar mais passos, pois as conquistas até hoje obtidas ainda não extinguiram as diferenças: número bem menor de mulheres nos sindicatos, nos Três Poderes, dentre os políticos de nível geral e os militares e em quase todas as profissões no âmbito da sociedade civil. Também existem diferenças salariais enormes e injustas. O modismo vigente articula e leva em conta a gravidez, o cuidado com as crianças e até a incapacidade. São as alegações mais frequentes que ocorrem no mundo real, sem idealização de qualquer espécie.

Em muitos lugares do mundo existem preconceitos evidentes desse patriarcado muito antigo, que causam muitos prejuízos e males às mulheres. Maria Teresa Fonseca assinala o conceito da masculinidade tóxica que prejudica inclusive o chamado mundo dos negócios:

"Masculinidade tóxica nada mais é do que um padrão de comportamento enraizado por muitas gerações. É a ideia de que homem de verdade é aquele que esconde suas emoções, que não pode se mostrar vulnerável, que possui um jeito mais duro, agressivo e competitivo”

Temas como o divórcio, a homossexualidade e o amor livre, tão debatidos nos dias de hoje, expressam diferenças gritantes. Como se sabe, o regime burguês sempre que pôde proibiu o direito das mulheres e sempre valorizou, como até hoje, o capital, e nunca o trabalho de todos.

​O feminismo surgiu na França em 1789. Existe, portanto, há bastante tempo como movimento político-social contra as desigualdades. Já a partir da Revolução Francesa, as mulheres fizeram resistências e lutaram muito pela organização política. É notório que a passividade dos sujeitos ajude a criar e manter uma ordem, bem como estruturas injustas. Essa terrível passividade, que felizmente parece estar sofrendo alterações no momento, diminui o poder da luta de classes. Conforme sabemos, até os clubes só de mulheres foram proibidos ao lado da civilização humana.

Flora Tristán, há muito, escrevia: “Neste sentindo, podemos destacar o seguinte texto, no qual (1985) argumenta ‘… reclamo os direitos das mulheres, porque estou convencida que todos os males do mundo provêm da incompreensão que se tem até hoje de que os direitos naturais são imprescindíveis para o ser mulher…’ (p.104)”

Atualmente escreve Telma Gurgel: “A luta das mulheres, portanto, neste período se dirigia tanto para as estruturas de Estado e parlamento, na reivindicação dos direitos civis e políticos, quanto para as organizações de trabalhadores, no sentido do apoio para as suas reivindicações que acima de tudo reclamavam por igualdade e liberdade para todos e todas.”

Como se observa, não existe em nenhum lugar do Planeta a busca e a conquista de uma sociedade mais justa, regida pelos interesses explícitos da classe trabalhadora. É oportuno lembrar que a ideologia patriarcal observava e defendia, sempre que possível, o emprego de homens capazes ou não, e é assim até hoje.


Na próxima semana, continuarei abordando a questão do feminismo.

ILUSÃO

A vida: muda.
Dúvida crescida.
Vida diz saber tudo.
Dúvida floresce, sem alarde,
tarde nada vida.
O eco produz o inominável.
Outro distorcido canto.
Retórico espanto.
Em cena sereia amigável,
em dilema indecifrável.
Pernas, pés, braço, mão
caminham sem direção.
Às vezes voos sem asa,
nas alturas da ilusão.


(poema de minha autoria)

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