6. Constituição físico-química do ser humano
09/07/2018
Possuímos trilhões de átomos e, claro, é essa síntese que pode fazer com que cada um de nós seja único. Na dialética de natureza versus cultura, pinçados, não passamos de um montículo de poeira atômica.
Como observaremos posteriormente, na morte esses átomos todos vão desligar nossa existência. A complexidade da vida em nível químico é composta principalmente por hidrogênio, oxigênio, potássio, cálcio, enxofre, nitrogênio, sódio, etc. Vamos lembrar que apenas a célula de um levedo já possui mais componentes do que um Boing 777 e tudo isso encaixado numa esfera de 5 mícrons de diâmetro. Rapidamente vale pensar na evolução de cada um de nós. Vale a pena pensar não só na origem do homem como muito resumidamente em sua embriologia. Uma única célula formada pela junção de espermatozoide e óvulo se divide em dois, quatro, oito, até 47 duplicações. Aí já existem 10 mil trilhões de células que sabem exatamente o que deve ser feito para garantir a existência de cada um de nós. Administram cada pedaço do nosso ser e não hesitarão em morrer para preservar nossa vida.
Hoje só conhecemos 2% dos 200 mil tipos de proteína. Ou seja, o desconhecimento é sempre muito grande e não adianta a ilusão falsa de que sabemos muito. A rigor sabemos muito pouco de quase tudo dessa complexa biologia que nos constitui.
O cérebro é um órgão exigente, ele corresponde a apenas 2% da massa do corpo, mas consome 20% de toda a energia. Este cérebro também é seletivo na escolha de energia, somente glicose e em grande quantidade. É claro que o surgimento do cérebro grande deve ter sido um mero acaso evolucionário ou um verdadeiro salto na evolução das espécies onde a luta pela sobrevivência e pela adaptação são coisas extremamente importantes para os seres vivos. O homem tem 98,4% de genes iguais aos chipanzés modernos. A maioria das células vivas não dura mais do que um mês. As células do cérebro duram toda a nossa vida. Ao nascer são geradas 100 bilhões de células e existem muitos neurônios. Se imaginarmos que um piano com poucas teclas fez todas as músicas que já existiram, as que existem e provavelmente as que irão existir, é importante observar o que acontece com tantas sinapses, articulações de todos neurônios entre si e a riquíssima produção de criatividade e de repetição que essas sinapses engendram.
As plantas usam canais iônicos de cálcio que são mais lentos que nos animais pois, evolutivamente, não necessitam de rapidez nas suas células. A físico-química produz velocidade menor da eletricidade nem sempre observada. No reino animal os canais iônicos de potássio e sódio permitem velocidade maior nas células nervosas e, portanto, as sinapses são mais rápidas e cumprem papel de inibir ou excitar a passagem de um neurônio para outro. Os caçadores e os cassados precisam de urgência de vida ou morte e, portanto, de visível rapidez.
Na próxima semana publicarei sobre a ligação entre as células nervosas.
ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU
Possibilidade e acaso,
nesse chão e arena,
sobrevivem ao correr da pena.
Sem pena do determinismo,
casual cinismo,
o futuro já nos acena.
Apenas jogo da vida.
Apenas jogo da dúvida.
Sem dúvida,
sempre os dados fazem cena.
Poesia publicada no livro "Luz e Sombra", escrito por mim.
.png)


