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59. Psicoterapia com drogas psicodélicas

23/09/2019​

J. Delay foi um dos expoentes da psicofarmacologia. Descrevia substâncias psicoativas, ou seja, drogas que atuam no sistema nervoso central e, assim, evidentemente, interferem no comportamento humano. Existem aquelas que excitam e produzem aumento do tônus no cérebro: anfetaminas e antidepressivos de primeira geração. Por exemplo: amitriptilina, depois a fluoxetina e, agora, as duloxetinas.

Da mesma forma, foram desenvolvidos medicamentos que diminuem o tônus cerebral: os tranquilizantes menores, os famosos benzodiazepínicos de várias gerações. Surgiram, ainda, os tranquilizantes maiores para tratamento das psicoses.

Alguns, inicialmente, produzem um parkisionismo farmacológico, como o Haloperidol, Neozine e Clorpramazina. Os modernos provocam dislipidemias, mas não interferem muito no sistema extrapiramidal. Exemplos: Risperidona e Aripiprazol.

Existem psicofármacos psicodélicos que criam uma realidade paralela, a qual imita de modo impressionante o universo da loucura. A psicose com sintomas senso-perceptíveis no âmbito alucinado persiste com controle do pensamento na forma estranha e paradoxal do delírio. É oportuno considerar que os chamados tranquilizantes maiores alteram temporariamente algumas áreas do sistema nervoso central e podem diminuir as alucinações e os delírios. Porém, provocam efeitos nocivos extrapiramidais e até as dislipidemias.

​Os efeitos colaterais são evidentes, mas há melhora nos acontecimentos psicóticos e esquizofrênicos. Também as manias podem melhorar bastante. Não se consegue a cura em todos os transtornos, mas com a abordagem psicoterápica muitas vezes existe melhora significativa.

As drogas psicodislépticas ou psicodélicas foram utilizadas nos tratamentos dos transtornos psicóticos e muitas atuais também são utilizadas. Junto com a psicoterapia analítica, às vezes também internação. Mesmo assim, o resultado foi pequeno e os investimentos numerosos e, não raramente, caros.

É vital imaginarmos que tentamos e ainda fazemos muitas experiências com as drogas psicodélicas. Até alguns anestésicos dissociativos podem ser utilizados para a compreensão mais profunda do suceder psicótico e esquizofrênico.

Ácido lisérgico, mescalina, psilocibina, metanfetamina, heroína e ayahuasca.... e os resultados nunca foram verdadeiramente bons. Vamos continuar tentando e, em grande parte, também nos desiludindo pelos infrutíferos tratamentos utilizados. Sofremos, mas não desistiremos nunca. É importante levar em conta que seguiremos fazendo todas as tentativas possíveis, com todas as drogas imagináveis, principalmente as novas, mesmo com os resultados não sendo aqueles que mais desejaríamos.


Na próxima semana, abordarei o famoso eletrochoque, que, como tantos outros tratamentos, pode ser bem ou mal utilizado.

TRAVESSIA

Vitória do herói.
O Pirro de sempre.
Aos vencedores,
um "saco de batatas".
Tantas ilusões no pódio.
Nos hinos e medalhas.
Vencidos e vencedores,
no mundo mágico,
com ou sem pódio.
Pirro e um imensurável nada.
Em solidão absoluta,
caminha-se para o lugar tão
procurado em tantos cotidianos.
Caminha-se sem emoção,
sem desespero algum.
Caminha-se no chão
entre estradas e estrelas,
caminha-se com ilusão.
Caminha-se nos passos.
Da travessia, passagem, ação.


(Poesia de minha autoria).

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