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5. A ética e a civilização do animal carnívoro

02/07/2018​​

Antes de tudo, espero que os vegetarianos perdoem-me, pois o animal humano em sua origem precisava de sangue para cumprir as exigências de um cérebro em expansão. O homem primitivo, conforme inúmeras provas, necessitava de proteína animal. Por isso, foi caçador, esquartejador e canibal.

Como se sabe, a civilização procurou domesticar os impulsos agressivos rudimentares desde o homem primitivo. Quando, porém, uma parte dele conscientizou-se do "desejo" de morte, desenvolveu o sentimento de culpa, como veremos em muitos outros textos.

É oportuna a citação do livro “A origem da espécie humana” (Rio de Janeiro: Rocco, 1995), de R. Leakey, sobre um tipo diferente de humano. O autor procura enfatizar a diferença entre os primatas aculturados e o homem primitivo: "Até o surgimento do Homo, todos os macacos bípedes tinham cérebros pequenos, dentes molares grandes, maxilares protuberantes e aderiam a uma estratégia de subsistência semelhante à dos macacos. Eles comiam principalmente alimentos fornecidos por vegetais, e seu meio social provavelmente assemelhava-se ao dos babuínos das savanas. Estas espécies - as australopitecíneas - eram semelhantes aos humanos apenas no modo de caminhar e nada mais. Em alguma época anterior aos 2,5 milhões de anos atrás - não podemos dizer exatamente quando –, as primeiras espécies humanas dotadas de cérebros grandes evoluíram. Os dentes também mudaram - provavelmente uma mudança produzida pela passagem de uma dieta constituída exclusivamente de alimentos fornecidos pelos vegetais para uma dieta que incluía carne".

Segundo a teoria de seleção natural, quando em uma espécie ocorre variação nas características hereditárias dos indivíduos que sejam mais úteis e mais adaptativas à sobrevivência e à reprodução, tal mutação será amplamente disseminada. Assim, os mais fortes e adaptados sobreviverão. Os fracos morrerão. Os resistentes, evidentemente, são os mais adaptados ao ambiente, tanto no tocante à sobrevivência quanto à reprodução.

A seleção natural trabalha para multiplicar e variar, até que selecione o organismo mais adaptado ao ambiente para a tarefa de transmitir seus genes à geração seguinte. Assim, surgiu um primata superior mais adaptado do que os macacos bípedes vegetarianos, que logo criou instrumentos (artefatos de pedra lascada), pois o enorme desenvolvimento de seu cérebro exigiu a inclusão da proteína animal na sua dieta. A carne, obtida pela coleta ou caça, complementou a dieta vegetariana, tornando possível o desenvolvimento e expansão do cérebro, por meio do incremento energético de proteína animal.

Ser bípede facilitava o acesso aos alimentos. Além disso, aumentava as possibilidades de competir com outros macacos em razão da prole mais numerosa, originada do incremento da função reprodutiva. Ser bípede com dieta mista de vegetais e carne possibilitou, por meio da seleção natural, o predomínio dos primatas humanos sobre os macacos aculturados. Certos macacos evoluídos eram hominídeos, mas a espécie não era humana, em razão da falta de proteína animal necessária ao desenvolvimento prodigioso do cérebro.

Conforme já enfatizamos, os primeiros humanos fabricavam instrumentos cortantes com as pedras lascadas, fundamentais para o hábito alimentar carnívoro. Ora, a confecção desses artefatos pressupõe uma boa coordenação de habilidades cognitivas e também motoras. Os macacos que só comiam vegetais podiam prescindir dessas ferramentas, que, obviamente, sinalizavam o nascimento da tecnologia.

Estudos recentes comprovam uma notável característica da evolução humana: a tendência de utilizar o membro superior direito para fabricar os artefatos de pedra lascada também indica que os homens primitivos caçavam animais e extraíam a carne dos ossos com a habilidade dos açougueiros de hoje. A microscopia eletrônica evidencia os sulcos feitos pelas pedras lascadas nas articulações dos fósseis animais encontrados nos sítios arqueológicos do Vale da Grande Fenda.

É possível que novos estudos confirmem as óbvias hipóteses de canibalismo e utilização dos macacos superiores (os vegetarianos) como alimento dos humanos primitivos.

A necessidade de proteína animal fez do homem um implacável caçador e esquartejador dos animais e dos macacos aculturados superiores. Estes foram extintos por serem menos adaptados, em razão de prováveis mudanças climáticas e também pela diminuição de alimentos vegetais.

O desenvolvimento do cérebro só foi possível com a caça e morte de outros animais e do próprio homem em outros tempos. O sangue nos humanizou e nossa ética é plena de terror. Citando Leakey novamente: "Muitas vezes me perguntam se acho que o Homo, tendo se tornado carnívoro, não poderia ter incluído seus primos australopitecíneos na sua dieta, empurrando-os deste modo para a extinção. Não tenho dúvidas de que de tempos em tempos o Homo primitivo matava australopitecíneos vulneráveis, do mesmo modo como matava um antílope e outras presas animais quando podia. Mas, a causa da extinção dos australopitecíneos é provável que tenha sido mais prosaica”.


Na próxima semana, o assunto será sobre os átomos que constituíram os indivíduos.

AGORA SEI? ​

Quando
dançando no ar
mais nada for,
com absoluta leveza de beija-flor,
voarei.
Voarei entre nuvens e pássaros.
Voarei.

Eu rei,
infinitamente voarei.
Voarei entre estrelas
de galáxia distante.
Uma vertigem flutuante.
Agora sei!

Poesia publicada no livro "Luz e Sombra", escrito por mim.

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