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27. As causas ou a etiologia dos transtornos mentais 4

03/12/2018

Finalmente, enfocarei algumas diferenças estruturais sobre a etiologia das manifestações psicopatológicas, relacionadas a uma especificidade nosográfica. Farei aqui algumas observações apenas para exemplificar os processos envolvidos e conhecidos na clínica psiquiátrica.

Constatam-se as várias possibilidades de clivagem psíquica e psicossomática relacionadas com o suceder neurótico, perverso, psicótico. Freud enunciou ao longo de toda sua obra os processos gerais envolvidos na produção e manutenção de clivagem psíquica. Inicialmente, o processo de recalcamento, protagonista da história, das psiconeuroses e, por que não dizer, da própria psicanálise. Depois, os processos de repúdio ou rejeição e recusa da realidade como determinantes das estruturas psicóticas e perversas, respectivamente.

Os processos gerais seriam os causadores das manifestações psicopatológicas, estando associados de maneira íntima aos seguintes fatores: defesas neuróticas, como a conversão histérica, as projeções fóbicas e o isolamento do afeto e da representação ideativa, que ocorre, por exemplo, na neurose obsessivo-compulsiva; defesas perversas, como a atuação manipulatória no âmbito interpessoal e a erotização acentuada da sexualidade infantil pré-genital; e às defesas psicóticas (manifestações alucinatórias e delírios), como a projeção paranoica e a introjeção melancólica.

Já vimos que o recalcamento como processo geral só é possível acoplado à denegação, na qual se inicia o desenvolvimento da função simbólica. Se esta falhar, o indivíduo apresenta perversão ou psicose. No processo de recusa, o papel da denegação é desconhecido. Desse modo, passa a ocorrer a coexistência do símbolo com sua falta, na estrutura egóica: uma verdadeira clivagem intrassistêmica (dentro do ego) de partes antagônicas não integradas.

No recalcamento, a clivagem psíquica é intersistêmica, ou seja, entre o Ego e o Superego, ou entre o Ego e o Id. Aqui, existe a conservação da ideia intolerável da falta: o juízo de existência da castração é mantido recalcado e fora do Ego. Na recusa há, ao mesmo tempo, uma parte do Ego que afasta a ideia intolerável da castração e outra que a conserva, obrigando o indivíduo a recusar a ausência de pênis na mulher (recusa da realidade da castração).

Vejamos agora o que ocorre no processo da rejeição ou repúdio (forclusão), que propicia o desenvolvimento das manifestações psicóticas. Aqui, a ideia intolerável não pode ser simbolizada. Ocorre, portanto, um repúdio da castração, no qual nem o juízo de existência é permitido, o que ocasionará graves consequências no julgamento da realidade, que implica aceitar a falta que, uma vez denegada, não pode ser transformada em símbolo, através do que torna impossível o recalcamento; assim, a ideia intolerável de castração forcluída retornará ao sujeito a partir do real, trazendo como consequência imediata os fenômenos alucinatórios e delirantes. É uma espécie de clivagem entre o ego e a realidade que emana do processo de repúdio, clivagem esta que proporcionará o desenvolvimento das chamadas defesas psicóticas.


Na próxima semana encerrarei esse tema.

UMA FLOR

Seus cabelos,
meus desvelos.
Esqueço-me do Rosa.
Eternas veredas.
Esqueço o "nome da rosa",
trafego em alamedas.
Seu rosto: lindo.
Decomposto pela sorte.
Eu procuro na morte

um destino vadio.
Esse ser vazio,
também vadio,
procura um norte.

Seu corpo paralisa minha memória.
Andar de Gradiva
prenuncia sua glória.
Nos encontros, nus os encontros.
Fusão de almas,
horas bem calmas.

Crepúsculo ou aurora,
sem espinho agora.
Visão bela do mundo.
Nascimento da rosa.
esqueço-me do Rosa
esqueço o "nome da rosa",
mais um simples desabrochar de rosa.

Pena a pena,
só a ilusão da rosa.
Apenas poesia,
não há mais prosa.
Nem agonia.
O silêncio já pode ser outro.
Outra a órbita,
outro o voo entre astros.
Outro o mergulho no infinito.


(poesia escrita por mim).

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