168. O Brasil de hoje
Escrever um pouco sobre os nossos governantes. Autoridades que habitam região ancestral e triste, com estranhos gritos solitários bem afastados do povo.
Esse país é o domínio da sombra. Domínio cinza-escuro, um nada sendo nos poucos lugares penetrados pela luz.
Domínio da sombra na qual o dentro e o fora perdem seus contornos, suas fronteiras legais e não legais.
Nós, cidadãos, somos hoje negados das fronteiras da claridade por uma constituição sem poder, do começo ao fim.
Uma turva escuridão origina senadores e deputados que seguem as mão invisíveis do pode constituinte. Palavras, palavras, quase latidos, e o trovoar permanece longe do relâmpago. luzinha precária que sabemos existir apenas como esperança.
O poder caminha como onda indecisa onde tantos mistérios associados ao dinheiro, força tempo cruel, tempo com muito nepotismo e pouca sabedoria. Tempo que deveria ser esquecido, hoje em soluço triste a beira do abismo de tantas intimidações vulgares. Hoje o poder costuma ser bastante negativo.
Atualmente resta, como temos escrito, observar o desmatamento, a corrupção sistêmica, as escolhas feitas com objetivos eleitorais e de poder e outros males crescendo ao desprazer em uma onda justa e um verdadeiro poder para as pessoas enfraquecidas. São muitas essas pessoas com deveres e bem pobres nos direitos óbvios que merecem.
Nosso espírito, como sempre, continua pequeno e precisamos de muita força para realizarmos as mudanças necessárias em um país sem futuro. O Brasil é órfão de todos os poderes: federal, estadual e municipal. A própria esperança mistura-se com as sombras.
Sofremos, mas fingido contentamento. Parece que tudo vai bem, pois nessa pequena educação não origina crítica profunda e tão necessária.
Alinhamentos e diferenças devem sempre ser respeitados na prática e, claro, em outras situações. Tudo merece equilíbrio e sensatez.
Não desisto.
Nem sei de que.
Até insisto.
Na solidão e no ódio,
misto.
Nada de pódio,
inglória corrida.
Misto.
Perdendo a vida.
Na dúvida.
Na dívida.
Bola dividida.
Não desisto.
Agora até insisto.
Agora, até a vitória,
brinco com a glória.
Mas, nunca desisto.
Carlos Roberto Aricó
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