164. Direto ao voto!
Nunca os votos fizeram a tão desejada democracia. Existe orçamento secreto, mais dinheiro, formas de organização diferentes e tantas outras coisas que tornam os votos diferentes, mesmo para cargos objetivos e iguais. A ordem democrática é igual, quase sempre injusta, e dificilmente contribui para um verdadeiro Estado de Direito, na sua acepção mais plena.
Não podemos negar as injustiças que ocorrem com muita frequência nos cantos do planeta. Muitas vezes, há ditaduras disfarçadas ou até mesmo falsas democracias e outras estruturas de poder.
O voto não serve para modificar as estruturas do poder, como acabamos de narrar. Então, é complicado modificar as coisas e muito mais fácil uma certa adaptação ao mundo real, com todos os direitos existentes. A realidade, mesmo insuportável, não consegue, por intermédio do voto, ser modificada a favor do homem. A República permanece com o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Executivo, estabelecidos pelos votos, talvez milhões deles, mas permanecemos assim como estamos.
A democracia é assim, com todos os direitos e deveres próprio da civilização. Repetimos aquilo que não se consegue modificar em favor de uma nova ordem mais democrática.
Os votos originam-se de partidos políticos muito semelhantes e até iguais. Olhando para suas histórias, observamos as mesmas verdades em candidatos diferentes. Quanta falsidade, quantas inverdades, e tudo continua da mesma forma, com a mesma estrutura que favorece a minoria dos que mandam, enganam, têm poder e decidem tudo a favor da desigualdade.
Pessoas criam e disseminam verdades nas quais as maiorias acreditam, infelizmente. Mentiras e promessas crescem. As quadrilhas e os terroristas votam entre si e assim decidem as ações futuras. O título de eleitor vale para as instituições legalizadas, mas entre outras pessoas vale o voto por ações ilícitas. Caminhamos dentro ou fora das leis que nós próprios fizemos. O dinheiro, o poder, a história e o contexto motivaram esse voto conservador de tudo que está associado à nossa combalida civilização. Esta tropeça e não consegue caminhar. Este é o mundo contemporâneo, mantendo as terríveis desigualdades.
AUSÊNCIA
Saudade, saudade.
Minha alma invade.
Nada sei quem me cabe
só e só a saudade
saudade.
Que no corpo
e na alegria
arde.
Noite, dia,
nessa tarde saudade.
Carlos Roberto Aricó
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