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158. A conquista da América pelos espanhóis 2

Desde os princípios da humanidade, os pobres (a maioria) lutavam ou aceitavam os ricos (a minoria). Pode não ter sido assim há milhares de anos passados: o chamado regime comunitário primitivo. Depois, a Igreja associou-se ao poder estatal, o que gerou muitas injustiças, torturas, forca e fogueiras. Hoje, em geral, assassinatos e prisões.

Por exemplo, em parte da Idade Média inventaram as bruxas e a bruxaria. As mulheres, sempre perseguidas até por serem mais frágeis em força física e muscular, foram marginalizadas. Os cristãos, católicos e inquisidores interrogavam as “bruxas” e tinham muito prazer em fazer isso, o que sempre foi ocultado. Depois, fogueira nelas.

As “bruxas”, acredito eu, assim como muitos sociólogos, eram apenas mulheres que não queriam ser humilhadas. Queriam alguma igualdade com os homens. Ser herege parece apenas outro modo de pensar e sentir a vida, a sexualidade e as “regras" civilizatórias do mundo injusto e pleno de concentração de renda associada ao poder. O demônio e sua vontade foram mistificados para produzir inúmeras “bruxas” e promover seu arbitrário, cruel e absurdo sacrifício em fogueiras. Muita coisa foi inventada pelos inquisidores. Existem histórias tristes e bem documentadas em São Domingos, no Peru e no México. É claro que nos grandes cantos do planeta, a demonização e suas consequentes punições ocorreram e ainda ocorrem.

Acabo de citar a religião e Cristo, mas cristão não pode e não deve referir-se a Ele, ao que se sabe íntegro filósofo e religioso. A Igreja e o Velho Testamento parecem vincular-se com críticas que independem da crença ou não crença na figura divina. Ocorrem em meio a contradições, erros e crueldade. O demônio, a Inquisição e Igreja são "verdades" com muitos erros, próprios do sistema capitalista e tudo aquilo que está aí na injusta civilização. Ao menos por enquanto, o sistema democrático verdadeiro não existe. Trata-se apenas do desejo de boa parte da humanidade, que não possui poder, força e razões sociais adequadas.

Os espanhóis massacraram incas, maias e astecas. Milhares foram torturados e mortos. Foram acusados de pacto com o demônio. Os indígenas generalizadamente foram considerados canibais, mas o sangue de muitos deles foi bebido na Espanha “civilizada”. Isso foi feito também pelos franceses, ingleses, alemães, portugueses e belgas, como sempre foi feito. Um Deus civilizado era mais importante do que todos os outros, como hoje.

Em 1521, somente na tomada de Tenochtitlán, na Península do México, foram mortos 100 mil indígenas “incivilizados”, “endemoniados”, “gente da pior espécie”. Dois sábios espanhóis, Las Casas e Sepúlveda, já citados anteriormente, discutiram se os indígenas eram seres humanos. Vejam quanta pretensão.

Algum tempo depois, perceberam que não era bom matar os indígenas. Passaram a cobrar impostos ilimitados e assim levaram para a Espanha ouro, prata, cobre e até novos escravos. Os impostos eram bem maiores do que os tributos pagos pela população indígena às suas autoridades próprias.

A grande autora Silvia Federeci, do livro “Calibã e a bruxa”, discute várias questões que trago na minha pequena síntese. As pessoas que sobreviviam, indígenas é claro, eram condenadas até o sangue, com 20, 40 ou 100 chibatadas nas costas. Depois, eram publicamente expostas e humilhadas.

Assim, o terror, o medo e o sofrimento fortaleceram o estabelecimento da hegemonia colonial no mundo novo. A bruxaria aldeã merecia punição e castigo: tortura e chibatada.

PSIQUISMO

Limite do vazio.
Observa-se nada.
Metáfora, ausência.
Memórias ativadas.
Páginas, psiquismo
desarrumados.
Limite. Estalagmite.
Estalactite.
Cavernas na alma.
Na busca se acalma.
Memórias ativadas,
alvoradas.
Lágrimas eternas.
Observa-se o vazio,
desvario, rio ilimitado
de águas bem transparentes.

Carlos Roberto Aricó

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