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156. Livre-arbítrio e determinismo

Foi difícil decidir sobre a publicação deste texto referente à liberdade e seus limites. Até que ponto algumas escolhas são verdadeiramente livres? Falar de ética e das possibilidades do bem e do mal é sempre complexo. Trata-se de um poderoso conflito no âmago das pessoas, humanizado a partir de motivações da moral.

É muito complicado escrever sobre escolhas, e parte da filosofia, cabe ressaltar, nega o livre-arbítrio. O homem, como um ser da linguagem, sofre as influências dos sistemas políticos, problemas econômicos e, obviamente, da sociedade e da civilização. É claro que incluir um tema tão complexo no Blog é minha livre decisão.

Desejo que o conteúdo estimule nossas reflexões. Apenas isso. A escolha livre pode e deve significar algum sacrifício para cada um de nós, em nossa evidente pobreza face ao universo infinito. Cada opção é complexa, mas, ao longo da evolução de tudo, é muito provável que fomos e estamos fazendo escolhas, boas ou ruins, no contexto das vicissitudes de um livre-arbítrio com mais sentido. A religião, as infinitas possibilidades, o próprio ativismo, a ciência e tudo podem ser usados para a ética interior.

É bem conhecido por todos o clássico sadomasoquismo, pleno em algumas atitudes do ser humano. Devemos pensar como o prazer a o desprazer podem estar associados em causar ou sofrer a dor em uma relação sexual, até prazerosa. São vários aspectos envolvidos no que implica muito prazer e sofrimento e que consideramos pouco frequente entre os indivíduos. Não é bem assim, e várias posturas devem nos ensinar bastante. Felizmente, as coisas foram se modificando na história do homem. A técnica e o progresso avançaram bastante, porque foram feitas várias escolhas nesses tortuosos caminhos e descaminhos.

Como se sabe, várias dessas escolhas foram mobilizadas pela necessidade e nem sempre foram livres para o outro lado também, mas sim determinadas. Realizaram-se até pela culpa associada a aspectos religiosos.

A vontade de cada ser não costuma nutrir-se de liberdade real. O capitalismo e/ou dinheiro são os grandes artífices da civilização contemporânea. Determinam e assim reproduzem as ordens de um neoliberalismo que nunca poderia existir. Os direitos e os deveres de cada ser vivo esbarram nos outros tantos seres.

A complexa liberdade não pode ser livre a não ser para os que comandam, com força e constantemente. Ação, omissão e bloqueios. Tudo obedece a um determinismo social e, inúmeras vezes, a certo apoio ético e religioso.

O determinismo é histórico e composto desde os longos anos da espécie humana, que surgiu a partir da evolução desse símio antropoide, que impôs domínio sobre toda natureza. O cérebro do homem criou as condições básicas para constituição da superioridade e para o desenvolvimento da tecnologia, da ciência e das próprias religiões. Criou-se o duplo entre o natural e o humano, entre o orgânico e o mental. As classes econômicas foram alimentando falsas diferenças, domínio e articulações. Os mais aptos, melhor adaptados, criaram as armas e o poder organizado.

ARANHA

Um corpo sua.
Minha voz é tua.
Você nua,
naufraga em mar,
meu mar em seu olhar.
Longe, minha lua.
Você vestida, pura.
Meu mar anseia
sua voz nua.
Você e você
na sacada do querer.
Ser eu, sua sereia,
pisar de minha areia
sou sua aranha,
desejo prisão em nua
teia, longe minha lua.
Mais longe, minha rua.


Carlos Roberto Aricó

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