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152. O neoliberalismo

Ser feliz implica, antes de mais nada, combater sempre a ficção, já conhecida como estruturante soberana da mentira, das interpretações falsas das coisas e do cotidiano. Porém, é importante buscar as verdades que todos os setores da civilização tendem a encobrir, colocando informação, conhecimento e problemas reais embaixo dos inúmeros tapetes utilizados pelos humanos. Nosso futuro significa sempre o estabelecimento de novas formas verdadeiras para denunciar as mentiras tão frequentes em nossos pilares sociais.

Ao discorrer sobre a mentira, de maneira crítica, com tantos e bons livros, melhoramos o mundo. A poesia e a literatura, obviamente, tornam o mundo bem melhor. Até as simples conversas e brincadeiras podem ajudar na descoberta de verdades e, assim, contribuir de maneira mais útil com o ser humano.

Quando um indivíduo acredita, fingindo que aprendeu alguma coisa, e alguém com destaque social alimenta-se da falsidade que ensinam enfaticamente e a dissemina, ambos estão estruturando e dando força à ficção e à distorção da realidade, em mentiras próprias do complexo ser humano. Todo cuidado é pouco.

Nesse contexto, com os cuidados necessários, devemos enfocar algumas reflexões sobre o liberalismo. O poder da mídia dita mais vezes a verdade do que as elites emitem, que é necessária para a manipulação das massas. Assim, mantém-se o poder de sempre e só se evolui para um mundo melhor muito lentamente. Os detentores dos meios de comunicação sabem como mobilizar grandes partes da civilização por meio dos desejos humanos.

O neoliberalismo e o liberalismo radical de alguns são produzidos para a perpetuação do capitalismo. O real interesse coletivo e o social são utópicos nesse contexto adaptado por parte da civilização atual. Alguns indivíduos observam os desenvolvimentos midiáticos como se fossem próprios para se fazer democracia. A mídia atual consegue influenciar a cultura, os espaços antes públicos e o silêncio de cada um de nós, como nunca conseguiu anteriormente. A comunicação humana é hoje quase aquilo que o poder midiático propaga com seu poder de difusão. Informações verdadeiras mescladas com fake news criam falsos desejos e dificultam o entendimento mais amplo da realidade. Cabe acentuar que o poder econômico financia a mídia, pagando muito bem por esses tristes desvirtuamentos.

O Google, o Facebook e a Amazon, por exemplo, são as mais poderosas indústrias midiáticas. Por intermediário da indomada internet, podemos ter acesso a muitas informações que necessitamos para nosso cotidiano dito civilizado.

A reorganização dos espaços urbanos, o setor da comunicação de massas e os arranjos políticos, tudo vinculado às indústrias midiáticas citadas, podem nos tornar mais livres ou até mais escravizados. Sabe-se que o próprio acesso às tecnologias não costuma ser linear, equilibrado e democrático. Portanto, tudo pode ser utilizado para a melhora ou piora de nós, humanos, em contexto sempre complexo. Conectar ou informar pode nos ajudar bastante, diminuindo nossas dúvidas para o enfrentamento da vida e suas dificuldades.

Não podemos, passivamente e sem mais conhecimento, negar o papel enorme da desinformação. Ela tem objetivos claros. Pode ser feita até por robôs e, com um acesso múltiplo, tem capacidade de criar verdades falsas e, pior, deliberadas com dolo e má-fé.

As fakes news atuam nos blogs pessoais e em toda a internet, promovendo novas "verdades" sobre fatos nos quais já havíamos demorado a acreditar. Assim, a política perde valor e pode até ser negada. O público e estatal passam a ter menos poder. O privado passa a ser aceito com menos crítica. Tudo isso pode desvalorizar a democracia, que é o mínimo necessário para uma sociedade mais justa e mais civilizada, ao menos no contexto de hoje.

A política é uma forma de o ser humano relacionar-se com o outro, com outros. O humano é um animal social e, assim, político. Não podemos negar a sociedade a partir de pressupostos individualistas e de consumo. Os aspectos econômicos e as políticas devem harmonizar a organização das sociedades em todos os cantos do planeta. O dinheiro deve ter apenas valor de troca no trabalho e nunca produzir riquezas e bancos. O trabalho humano é muito importante. Um mundo sem esse labor não deve existir, pois o que se viu até hoje é a exploração de um homem por outro.

O comunismo, no nosso mundo presente, é mais utópico, algo mágico e inexistente. Criam-se privilégios e isso não pode ocorrer jamais. O antológico “Manifesto Comunista” de Marx e Engels foi utilizado para a mentira que existe em cada aspecto do mundo civilizado. Mentira e falsa informação. Hoje, o comunismo é uma nova religião, com seus dogmas e esperanças debilitadas. A civilização está alimentada por ódio e pouca esperança.

ALGUNS CONTRASTES 2

Morte ou dinheiro,
polos da mediocridade.
Vida dos contrastes.
Guindastes suspendem vazio.
O nada, não significado.
Bem-acabado, palavras.
Lavras, esforço.
Alvoroço contínuo.
Presente: dor, solidão.
Inconformismo.
Vida do jeito que for.
No brilho, sem trilho,
grotesca escuridão.
No caminho e no chão.
De longe, muito distante,
uma fraca razão,
nossa forte verdade:
liberdade!

Carlos Roberto Aricó

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