149. A demografia atual
O mundo como ele é ou costuma ser: pessoas, muitas pessoas, atacadas por algo, às vezes até desconhecido. O emprego e o desemprego existem dentro de certa garantia. Até quando? O emprego formal, o informal? E a essência de tudo: nossa vida? Nossa expectativa de vida, sempre complexa, vem aumentando ao longo de tantos avanços técnicos e descobertas.
Há muita gente no mundo. Já são cerca de 7,7 bilhões de terráqueos. Em 2050, segundo projeções das Nações Unidas, serão mais de nove bilhões. Nem Darwin poderia dar conta disso, que escapa a todas as estatísticas e previsões possíveis. O desequilíbrio é enorme. O ser humano é um animal da natureza que vence todos os outros, com uma força incrível.
Até quando esse animal humano vencerá todos pela inteligência? O desequilíbrio é enorme. Cada indivíduo existe no social e no político. O econômico não pode explicar tudo. Ganhamos ou ganhamos. A morte está cada vez mais distante. A ciência evolui, e muito.
A periferia e o centro refletem desrazão e, claro, o sistema bancário. Já que existe gente demais, talvez seja possível a limitação de tantos filhos. É utópico, virtual e mágico! Não se consegue muito. Não podemos e não conseguimos nada melhor. As diferenças pioram tudo. Vírus, bactérias, enchentes e furacões tendem a nivelar forças da natureza e, é claro, a força humana e todas as suas vicissitudes.
Qualquer regime comunitário pode e acontece também assim; afasta as ideologias. A vida humana e seus obstáculos independem de qualquer ideologia. Sabemos que todos nós somos afetados pela natureza e a realidade objetiva. As divergências ou diferenças sociais e econômicas modificam o ser humano.
Todos somos um só. Qualquer diferença promovida pelo capitalismo ou até pelo comunismo fracassa. A vida é igual para todos nós e independe da concentração de renda ou qualquer postura e estrutura social. As adaptações são inúmeras e eficazes, em geral. Quando podemos acreditar, no fundo da alma, que somos iguais, muita coisa pode mudar nesse cotidiano bem complexo em que vivemos e morremos.
Cada indivíduo que observar outros seres vivos – plantas ou animais – pode concluir que existe no mundo natural uma tendência ao equilíbrio. Como se sabe, algumas espécies menos aptas tendem a desaparecer. A extensão de várias espécies é diária e a tendência ao equilíbrio é mais difícil até pela forma com que procuramos fortalecer aquilo que precisamos. A técnica, a farmacologia, as granjas e os cuidados atuais até hoje costumam dar bons resultados. Às vezes, mais raramente, prevalecem sinais negativos evidentes. Apesar de tudo, o equilíbrio é alterado com o nascimento de tantas pessoas. Agora, hortas e granjas ajudam o humano a prevalecer, assim como as descobertas médicas, associadas com evoluções técnicas.
A vida e a sobrevivência dos mais aptos modificam-se para o predomínio de um sistema apenas. O ser humano, com tantos avanços regidos pela razão ímpar, consegue, por intermédio de energia dos mais variados tipos, sobreviver e aumentar a expectativa da vida. Desastres, infecções e guerras podem alterar um pouco as coisas, e muitas possibilidades vão diminuindo. Quando o desequilíbrio poderá atingir o equilíbrio? Não sabemos. As hipóteses são variadas, desde uma pandemia até o choque com algum astro pesado. Se, por enquanto, nada disso acontecer, veremos muitos homens associados com criações necessárias para nosso alimento e água potável cada vez mais escassa.
Conseguimos pensar em viver em outros planetas? Do futuro nada verdadeiramente sabemos. Existe a esperança de que a razão poderá dar conta de tudo. Nunca se sabe, e esse tempo escorrega devagar ao longo dos séculos.
ALGUNS CONTRASTES
Morte é reencontro,
abençoada morte.
Porto feliz, encontro
vários tantos meus.
Se morte for esquecimento,
sem memória, sem desejo,
prece ou sono sem fim.
Eterno assim.
com dor, pior.
Sem dor parece boa,
À toa, não sei,
ainda.
Novo caminho.
Resta caminhá-lo.
Um novo caminho,
encolhido.
Posso escolher, liberdade.
Sempre, se possível,
é claro, no escuro
de tanta gente.
Carlos Roberto Aricó
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