top of page

136. Id: misterioso

15/06/2021

Estimado leitor: pretendo fazer algumas reflexões acerca do Id. No psiquismo sempre há energia para definir sua função. Nada existe em cada palavra escrita ou falada, nada existe nos sintomas, e nem nos sonhos que não possua energia erótica ou agressiva.

Muitas vezes as duas pulsões básicas caminham juntas e promovem a função do psiquismo. Esse, como sabemos, nos torna humanos, nos torna civilizados.

Existe uma parte do Id que é hereditário, ontogenético, e sempre misterioso. Parte desse Id energético é da própria espécie humana e até dos seres vivos e outra parte é individualizada. É um reservatório energético mobilizador do psiquismo.

Catexia significa investimento. A defesa é um contra-investimento. Em um psiquismo funcionando, nada é neutro. Nada é próprio de certa linguagem, até matemática. Tudo é muito idealizado e peculiar a cada indivíduo.

Não existe nenhuma palavra sem ser catexizada na função do psiquismo. Já tentei, não sei se consegui, escrever sobre o que nos torna humanos, no mapa do psiquismo descrito anteriormente.

Ego, id, Super Ego juntam-se ao consciente pré-consciente e inconsciente. Assim Freud fez a explicação do nosso psiquismo.

Existe um Id vinculado as palavras, e a parte dele é recalcado e parte dele é apenas energética, sem nome, porém sempre catexizada ou defendida. É difícil narrar conflitos que habitam nosso mundo interno.

Freud lembra-se de Groddeck e Nietzsche que procuraram aceitar que somos vividos por forças desconhecidas e indomináveis. As forças interiores devem mobilizar parte de nosso corpo e, é claro, parte de nossa maravilhosa linguagem: palavras livres associadas que determinam o psiquismo e suas amplas vicissitudes. Trata-se de um “aquilo” interno, estranho e forte. Ele no conduz, nos determina e faz a “livre" escolha que nunca é tão livre assim.

O Ego e o Id foi considerado o último dos trabalhos de Freud com bastante importância. A teoria psicanalítica sempre, desde o “Projeto" de 1895, de algum modo dizia que o Id era o inconsciente do Ego e também do Super Ego. Existe um Id só de energia e um Id recalcado? Acredito que o Id recalcado segue a energia das pulsões envolvidas com as defesas no Ego e no Super Ego.

A parte inconsciente do Ego quer comportamentos próprios agressivos e erotizados. A civilização não permite. O inconsciente do Super Ego, nossa civilização interna, introjetada pela moral do cotidiano aparece com morte ‘não me aceito’, e isso é interior e existe compulsão de vida, um indivíduo perfeito que simboliza internamente todos os valores próprios da parte boa da minha cultura. Assim, nosso psiquismo deve conter a energia do Id, as defesas do Ego e do Super Ego, e a realidade externa do mundo em que vivemos.

Um cavalo indomável é análogo a energia que o indivíduo possui. As viseiras e as rédeas, a orientação e caminho, tudo passa por certa domesticação por meio das palavras, da educação, que dizem ‘isso pode’ e ‘isso não pode’, ‘isso eu desejo, mas não pode’, ‘isso eu não posso desejar’, e assim por diante.

Grande parte do Id é hereditário ontogenético, inato. Tudo isso quer dizer que grande parte do Id é biológico, é orgânico, é necessário. No contato desse Id com as realidades externas e internas surgem as outras partes de nosso psiquismo. Influências externas: pais, família, escola, religião. Temos, dessa forma, desejos e proibições. Somos contraditórios. Amor e ódio possuem um aspeto bem individualizado e assim somos diferentes. Essas diferenças podem ajudar ou não o comportamento humano em seu cotidiano cômico, trágico, estranho.

VALOR

Medalhas de ouro.
Velho tesouro do mar?
Monte de besouros,
coleópteros à disposição.
Estação de insetos.
Asas em profusão.
Vive-se, pleno, verão.
Diversão alada,
barulhento nada,
transpassa o sol.
Divertida escuridão.

Carlos Roberto Aricó

© 2023 por Nome do Site. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Facebook
  • YouTube
  • Instagram
fim%20do%20vi%CC%81deo%20(3)_edited.jpg
bottom of page