134. Liberdade e escravidão
01/06/2021
Leis de mercado, direito de expressão, mundo livre e vários outros lugares comuns originam-se da liberdade que parece estar associada com o capitalismo, ou seja, com o dinheiro.
Nada é tão livre e nossas possíveis escolhas, tão próprias da nossa “livre" cultura. As sociedades permitem que o ser humano escolha entre o mesmo e o mesmo, para que tudo fique igual. Permanecer sem mudanças verdadeiras significa o poder “sagrado” da escolha. Mudança real causa incômodos.
A democracia, que surgiu na Grécia Clássica, nunca tornou visível tanto a escravidão como o papel sem autoridade das mulheres. Vocês sabem que na Grécia houve escravidão.
A democracia de hoje pressupõe eleições verdadeiramente livres, como se isso fosse possível nessa civilização que molda e ridiculariza todas as outras culturas.
Em outras narrativas, fiz constar o papel terrível dos indivíduos que se acham melhores e assim detêm qualquer perigo ao poder constituído.
Já sabemos que os políticos querem mudar muita coisa. Isso antes de alcançar o poder. Depois, só eles mudam: já não querem mudar nada. A lei e a ordem são contrárias às transformações. Como foi escrito um pouco antes: qualquer mudança incomoda, desenvolve conflitos e problemas.
A lei e a ordem garantem estabilidade e a justiça para a manutenção do status quo. Todas as cultuas democráticas do planeta devem garantir o Estado, legítimo talvez, mas dificilmente justo, por ser estruturado de modo complexo.
A concentração de renda cria mais desigualdades, e nenhum sistema político de hoje pode impedir isso, que é tão degradante. O mundo televisivo, os shoppings, as hipóteses de liberdade, os publicitários e os jornalistas em geral colocam enfeites nesse contexto muito ruim, no mundo civilizado, sempre com muita diversidade.
Os Estados Unidos, que representam liberdade e empreendimento, construíram, há muitos anos, a Wall Street. Um muro para auxiliar na escravidão de negros, atrocidade que ocorreu também nesse país. Embora isso não seja divulgado, é um fato conhecido.
A grande nação no Norte do planeta sempre procurou minimizar as escravidões contra seus indígenas, e é claro contra os negros importados para o trabalho. “Braços" fortes construindo uma agricultura forte também.
Sabemos que eles, hoje, foram muitas vezes integrados na sociedade e se revelam, no mínimo, grandes esportistas. Porém, a história do Estado com a maioria dos negros e dos mais pobres é bastante criticável. Os bons indicadores de vida continuam negativos entre eles, em geral.
É BEM TRISTE
Sombra, infinita sombra, cósmica até.
A miséria: cinzenta.
O arco-íris faltou nas aulas,
cores e a luz eram apenas temáticas.
Estáticas polarizações presentes.
Descoloridas.
Escuridão, falta de luz.
Cegueira seletiva do avesso,
das planícies e colinas
sem nenhum brilho ou relevo.
Todo plano, sem destaque.
Ataque e mesmice.
Atabaques sem índios,
história bem distante,
sem dança, tudo em silêncio.
Carlos Aricó
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