132. Meu caminho: uma revolução interpretativa 1
18/05/2021
Antes de qualquer palavra, já escrevi e falei tantas vezes e devo mencionar, e cada leitor saiba disso, que fui enaltecendo um caminho. Todos praticamente percebem ou entendem esse caminho, a ideologia e estrutura.
Minha neutralidade acaba quase sempre quando emito minhas opiniões, para mim, claramente verdadeiras. Não quero parar de tê-las e usá-las. O leitor pode relativizar sempre. É meu modo neutro de ser. Assim, convido para interpretação do mundo objetivo e interno. Escolho aquilo que meu desejo permite, como faz cada indivíduo. Peço ao leitor considerar essas estórias e histórias.
Não quero perder minhas opiniões por falta de usá-las. Ginástica ideológica na observação dos fatos sociais e econômicos auxiliam a manutenção opinativa até face aos inúmeros políticos que só querem opor e depois se conformam ou não querem mais nada.
Opiniões diferentes costumam ser boas. Os diálogos até difíceis são positivos, inclusive com interpretações bem diferentes entre nós, por uma civilização construtiva. Sendo a boca uma das partes da alma, preciso e valorizo minhas opiniões, até claro, que possa criar outras. Elas vêm do mundo interno que determina meu próprio caráter e ideologia, minha essência e modo de ser. Muitas vezes contraditório, às vezes escrevo e falo algumas “verdades” associadas à minha historicidade, como a de todos nós. Procuro levar sempre adiante um projeto de esperança. Sou enfermo de esperança.
Escreverei agora um pouco sobre uma revolução que foi muito difícil de se fazer e mais difícil ainda na manutenção das coisas que mexeram com a estrutura. Qualquer revolução verdadeira mobiliza ações complicadas e duram pouco tempo, como sempre ocorreu na história e no mundo, como memória discutível, como tudo, aliás.
Lênin e Trotsky e, principalmente, Kollontai, ministro no Governo Lênin, fizeram o que até hoje apresenta enormes dificuldades: deixaram de ser crimes e se tornaram até possíveis os casamentos entre pessoas do mesmo sexo; o próprio matrimônio deixava de ser eterno; o aborto pôde ser escolhido; as mulheres conseguiram direito ao voto e direitos iguais aos dos homens no trabalho, nos salários e nas condições; e havia creches infantis e refeitórios para toda a comunidade. Até as lavanderias e tantas outras coisas foram criadas para facilitar o trabalho e a vida de todos.
Tudo isso durou pouco, como já foi narrado antes. Com Stalin no poder, a maioria das conquistas deixaram de existir. A natureza do amor foi modificada pelo “grande" estadista: Stalin, o homem de aço. O povo russo soube ouvir e incentivar o valor da paz e do terror para certa harmonia com a natureza. Tudo durou pouco. Até no exílio se matava. Lembrem-se de Trotsky. Muitos outros líderes foram mortos, em geral fuzilados na própria União Soviética, agora Rússia. Assim, costuma-se fazer a história: violência, sangue, heróis, covardes, alegres vencedores. A maioria perde, como sempre.
É impressionante como na enorme quantidade de processos revolucionários, as aspirações costumam ser entorno da forma e da liberdade.
Em quase todas as revoluções existe a eterna luta entre eleições e armas. Quem está no poder em geral defende-se com os votos. Porém, se não vencerem, as armas acabam com o triunfo. Os perdedores, às vezes, voltam à luta. Nem sempre, é claro.
A VIDA
Dia dos Pais.
Das Mães.
Dia sempre do mais.
Humanidade,
se fabricando mais.
Na paz,
Tais, tais humanos,
nós demais.
Sem ais,
sós, enganos,
tolos enganos,
jamais.
Caminhamos.
Nos troncos, nos ramos,
atrás do nada.
E nada se abala mais.
Carlos Roberto Aricó
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