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113. O populismo

24/11/2020

O populismo é a mais séria ameaça às democracias, em todo o Planeta. Em geral, origina-se no Poder Executivo, impregnado pelo ódio, mentiras e violência. Faz inúmeras pessoas abandonarem a esperança de vitória da maioria, embora, é claro, os pequenos grupos sejam protegidos pelo “establishment”.

Existe no populismo uma relação direta entre os poderes como instituição entre o líder carismático e a enorme massa. Depois de instalado, por não ser tão frágil, existe o processo de apoio no conjunto de deputados e senadores, próprios do Parlamento. Às vezes, tem suporte até do sistema judiciário.

O populismo é uma espécie de ditadura sem os tanques e sem as forças armadas. São elementos poderosos, que só trabalham de modo indireto na proteção do líder carismático, que se vende como antipolítico, contra o velho sistema, contra as leis amplamente estabelecidas e menospreza os intelectuais, sobretudo se estes expressarem a natureza do carisma. Este é produzido por falso nacionalismo, atitudes religiosas e saber próximo das massas. Vende e propaga ilusões, promessas absurdas, mentiras e desinformação em tudo o que já foi visto e estabelecido.

O tal líder, em nome de uma democracia, vai destruindo o valor das instituições e passa a comandá-las. Carisma pessoal e nacionalismo econômico produzem o novo sistema que vai, de modo progressivo, promovendo mudanças para mandar em quase tudo, inclusive nas instituições políticas e jurídicas.

O voto discutível é manipulado pelo carisma, que objetiva criar um novo poder e sustentar-se. O voto, coração do sistema democrático, é pleno de conotações subjetivas, como preconceitos, religião, ódio e racismo. Em resumo, articulações quase nunca transparentes têm interferência na magia do nosso precário cotidiano.

A mescla de racismo, ignorância, esperteza de alguns, politicagem hábil, desinformação e fake-news determina a vitória do líder carismático. Civilização e barbárie são modificadas. Populismo, voto sagrado e poder caminham juntos. Redes sociais, Facebook, Twitter, WhatsApp e as mídias tradicionais vão produzindo os argumentos necessários para a vitória e manutenção no poder dito do povo, expresso nas urnas.

Atualmente, verdadeiras milícias digitais estão associadas com o autoritarismo e, desta forma, as urnas encontram-se bem coniventes com a internet. Essas milícias digitais criam e mantém um discurso que vai aos poucos destruindo os sistemas democráticos existentes.

É difícil identificar o populismo e denunciá-lo. Robôs, interações organizadas e múltiplas e órgãos próprios que sabem muito como atuar avançam no Planeta aos poucos e destroem as democracias, que sempre necessitavam de aperfeiçoamento para existir e criar dificuldades na concentração de renda. O poder econômico muito globalizado vai, aos poucos, em direção de práticas populistas e do nacionalismo conservador.

É oportuno lembrar que o conservadorismo é algo importante e que deve ser ultrapassado, pois antes de qualquer coisa é concordar com o que está existindo. Um mundo horrível em boas práticas sociais. Um mundo de concentração de renda e que faz diminuir a pouca liberdade que existe para “forjar” características modernas e inovadoras.

Liberdade para tomar ou não vacinas e falta de liberdade nas escolhas, como orientação sexual, na hipótese do aborto, na escolha do divórcio ou do casamento indissolúvel. Liberdade que o líder carismático apoiar. Não fazer escolhas, pois essas escolhas são sempre dele.

Negacionismo objetivando escolhas racistas também é comum na ideologia própria do populismo.

Acredito que todos os leitores conhecem a essência do populismo, mas este pode promover qualquer atitude para o líder carismático. Do meu ponto de vista, quase sempre significa a direita no poder de uma Nação. Muitos daqueles que não acreditam nas diferenças entre direita e esquerda pertencem aos grupos mais conservadores.

Creio ser necessário melhorar as democracias, como já narrei, e provavelmente com valores de esperança e liberdade para nossas escolhas. É oportuno lembrar que os países que se denominam com governos de esquerda são, em sua maioria, retrógrados e não melhoraram em quase nada a civilização globalizada. Não avançaram e transformaram o que está estabelecido no mundo atual. Qualquer mudança efetiva dá medo. É muito fácil criar mentiras de modo firme e inteligente, conforme observamos nas estratégias de campanha de políticos espertos e pragmáticos.


Na próxima semana, o texto será sobre causalidade múltipla.

ANOITECE

Há tempo, não desespero,
espero o tempo passar.
Espero e não espero
a morte do tempo
pela eternidade.
Tudo há de chegar.
Saudades do norte,
bússola transparente,
girando viva na gente.
Perdido nesse espaço-tempo,
parado qualquer movimento,
um nada cruel
e tanto esquecimento.
É sem história, meu convento.
Sem palavra, no passo do seu tempo.
Gravito entre nuvens,
perto do firmamento,
navego nos sonhos atento.
Procuro o inexistente.
Talvez insistente,
procuro o vermelho poente.
Na sombra da noite,
com o açoite, bato nas pedras.
Mato flores em cores escuras.
Saudade do Norte,
outro recorte de solidão.

(poema de minha autoria)

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