101. O suicídio e as tentativas 1
01/09/2020
É importante fazer alguns comentários sobre as tentativas de suicídio que podem ocorrer com vários indivíduos, que geralmente apenas pedem socorro e não querem mesmo acabar com a própria vida. Sempre nessas história existe algo exterior que impede a consumação trágica de fato. Há, evidentemente, aqueles que erram nas possibilidade e assim ocorrem os dramas das pessoas. Há, também, alguns indivíduos que fazem tentativas só para depois acertarem o destino suicida. Revelam-se com transtornos graves da personalidade: depressões, psicoses e esquizofrenias típicas. Acabam, invariavelmente, partindo. Fica apenas o nosso sentimento de impotência e a nossa perene tristeza.
Sabemos que sempre existe um confronto entre vida e morte em cada um de nós. No momento, é oportuno lembrarmos que, em muitos acidentes, a falha é somente humana. Também em outros, o alcoolismo e o tabagismo lentamente vão causar os traumas psicofísicos mortais. Ou seja, nesses indivíduos existiram os chamados suicídios lentos. Em alguns, o excesso de alimento ao causar sobrepeso alteram a pressão arterial, favorecendo também, muitas vezes, tumores.
Existem pessoas que inicialmente querem transformar-se em modelos e emagrecem muito, alterando assim a própria imunologia. Elas terão defesas orgânicas fragilizadas. As drogas psicoativas também facilitam o desenlace fatal. Tudo isso, bem como outras questões não descritas no momento, podem criar e manter os suicídios lentos. Uma cruel evolução da morte produzirá inúmeras pessoas que hoje escapam dessa morte, que chegerá posteriormente. O final é a vitória de Tânatos. Ou seja, a vitória do deus da morte. A vida foi se perdendo lentamente. Os interesses foram ausentando-se.
Em vários dos contextos citados, pode-se, com facilidade, entender que muitas dessas pessoas pediam e pedem ajuda dos familiares para um tratamento, para melhora ou para a procura de diálogo complexo e até praticamente quase impossível. O ser humano nunca é uma ilha e necessita sempre de uma solidariedade verdadeira, que a civilização finge proporcionar. E é claro que aqui a religião pode ser útil. O despreparo de inúmeros indivíduos produz as tentativas e os chamados suicídios lentos. O desamparo e a indústria originam muito sofrimento e a alma dessas pessoas pede ajuda, pede diálogo, pede tratamento. Alguns sofrem apenas porque desejam mais conhecimento sobre si próprios. Desejam uma compreensão maior, mais profunda do psiquismo e de sua essência anímica. Alguns desejam apenas a possiblidade de viver bem.
Descrevi anteriormente acerca das tentativas de suicídio. Agora, meu enfoque será a respeito daqueles que o cometeram. Conforme já foi visto, o diagnóstico psiquiátrico não é tão preciso, mas aqueles que atentam ou até desaparecem de nosso contexto são seres humanos que outorgaram à vida um peso excessivo e não puderam suportar. São pessoas, portanto, que cronicamente sofrem e fazem sofrer os familiares. A vida transforma-se em tarefa difícil e não há reconexão.
Tanto as pessoas depressivas como as pessoas muito ansiosas e até os esquizofrênicos podem cometer o suicídio e criam dramas que costumam atingir vários outros indivíduos. É claro, todos aqueles que estão mais próximos.
No momento, farei alguns breves comentários, sempre gerais, dos transtornos que influenciam ou que influenciaram as decisões de muitos indivíduos para o "curto circuito" com a morte, pois viveram e vivem mal.
Na próxima semana abordarei “O suicídio e as tentativas 2”.
SER POETA
Ser poeta é
procura insistente
da rima perfeita,
para coisa alguma.
Ser poeta é
procurar desesperado
por métrica boa,
entre tambores dissonantes.
Ser poeta é
unir versos e vozes,
nos contextos do
universo desastroso.
Ser poeta
é o estranho encontro
com o nada, forma acabada
do nada, onde nada
se espera,
do caos sempre agonizante.
Uma ordem
associativa
produzindo sons.
Tons.
Produzindo sons,
vocábulos, palavras
palavras… palavras…
(poema de minha autoria)
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